quinta-feira, 22 de março de 2012

Psico..mo..sititsi...dade

Gente, é o pior psico de falar e o mais divertido de frequentar. Psicomotricidade. Quem conhece Alana pessoalmente sabe que ela caminha, corre, mas tem limitações por falta de estímulo. Quem sabe um pouquinho da nossa história sabe que ela foi prematura extrema, 830 gramas e 26 semanas, e que teve uma longa internação. Quando veio pra casa ficou por um bom tempo sem estímulos externos, sem contato com outras crianças, cheia de cuidados, enfim, primeiro filho, prematuro, pequeno, frágil, não tinha essa de jogar pra cima e pegar, nada de se pendurar em lugar nenhum, pracinha só tem germes, estimulo motor quase zero. A gente brincava com ela em casa mas tinhamos muito medo de machucá-la.  Teve mais um agravante: filha de pais velhos. Somos velhos, éramos velhos qdo ela nasceu e o lance da cuca fresca passou longe. Tinhamos medo de tudo, depois do perrengue inicial. Então uma das coisas que acontece é que ela tem muito medo de brincar, se pendurar, se balançar. Tem medo de barulhos, gritos (festas barulhentas e pracinhas as vezes a deixam nervosa, outras vezes ela ama). Ela é bem moleca, mas é muito assustada. Parece uma velhinha, reclama da tv alta, das crianças gritando na praça... Depois de anos vendo minha filha na pracinha só no tanque de areia e correndo um pouco pra lá e pra cá tive um momento maravilhoso qdo ela subiu no escorregador pequeno e desceu morrendo de medo. Repetiu várias vezes deu até pra gravar. E também se aventurou na balança. Pensei: chegou a hora de colocá-la em alguma aula de exercício físico. Eu achei que ela ia querer o balé, mas graças ao WII, mas especificamente Mário e Sonic nas olimpíadas ela está apaixonada por ginástica ritmica. E na escola dela tem essa modalidade como extra curricular. A professora disse que ela está indo muito bem, acompanha todos os exercícios. Só está incomodada com a barulheira pois a aula é bem dinamica. Eu vi, é uma loucura, muito pulo, muita risada, tombo, grito. Fiquei apavorada e ela adorou. A professora está sendo muito legal e isso é muito bom. Outra atitude que tomamos foi inciar o trabalho com uma psicomotricista. Ela é um amor, ainda está avaliando a Alana para intervir aonde for preciso. Já me mostrou várias deficiencias, mas tudo tem tratamento. Ela simplesmente amou, até de perna de pau ela já andou. Não gravei, fiquei estática dando gritinhos que misturavam o pavor e o encantamento. Então é isso, estamos atacando a falta de estímulo por todos os lados. Hoje me arrependo de tanto cuidado, mas atribuo tudo ao medo. Medo de machucá-la e ter que voltar pro hospital com ela. Medo de quebrar qualquer coisa nela, enfim, medo. Ainda tenho, mas não me paralisa mais. Agora eu tenho medo e seguimos em frente.

sábado, 17 de março de 2012

Sobre os primeiros dias de aula.

Primeiro dia, reunião geral no ginásio
e cara de foto pra mãe.
Já fazem algumas semanas que Alana está em aula. Agora eu busco e levo, primeiro pq me foi pedido tanto pela escola como pela neuro. Era pra ser algo temporário, por causa da adaptação, mas ela gostou tanto que não quer mais voltar pra kombi. É ruim porque era muito prático pra mim, mas é bom porque conversamos muito mais, posso orientá-la em cada aspecto do que vejo no comportamento dela na escola. Antes eu não via e sempre estava tudo bem, só apareciam os problemas nas reuniões. Eu ficava bem frustrada. Agora, bem como a neuro disse, eu posso agir imediatamente quando vejo algo que possa prejudicá-la. E tenho mais notícias sempre, porque sempre estou lá. Por exemplo, Alana começou a se interessar por umas meninas maiores, bem maiores, que no começo estranharam mas depois começaram a se acostumar com ela sempre por perto. Eu fico observando a distância. Funciona assim: chegamos, ela se despede e vai pro pátio. Nessa hora eu poderia ir embora, mas fico até o sinal bater e as crianças formarem filas e irem pra sala. Ela gosta especialmente de dar tchau e mandar um beijo  quando está subindo as escadas pra sala de aula. Então, no pátio ela pode brincar até o sinal bater pra fila. Eu pude orientá-la sobre como ficar na fila, em qual fila. Essas coisas ela ia acabar aprendendo, mas está recebendo as informações de mim, fica mais atenta e me respeita mais. E quando notei que ela se interessava muito pelas maiores eu comecei a orientá-la, pra voltar a brincar com suas amigas, da sua idade, porque a conversa das grandes não era apropriada pra ela, e até as brincadeiras eram mais complicadas, embora ela quisesse acompanha-las. Ela obedeceu e seguiu a orientação. Estou ficando com fama de louca, porque fico até ela entrar e fico meio escondida, observando. Ela sabe que eu estou lá, mas fica uma coisa meio espiã. Mesmo assim, ela deu um pouco de trabalho na adaptação, tentou dominar as auxiliares com gritos e pitis. A professora nova é bem legal, mas ainda não conhece Alana e todas as suas manhas. ela está sendo bem atenta e me avisando sempre das coisas. E tem ajuda da Karina, uma auxiliar que já conhece bem ela, pois era estagiária da classe dela no ano passado. Estamos trabalhando juntos, finalmente. Não me sinto mais sozinha e cobrada o tempo todo. E ela tem atendido meus pedidos de atenção nos temas e obediência aos professores. Ela não tá facilzinha, mas está melhorando aos poucos. Era certo que ela ia tentar impor sua ditadura alaniana, mas saber logo o que estava acontecendo e agir logo fez toda diferença. Esta sendo bom, mesmo eu tendo que sair todos os dias, minha fibro tá castigando, enfim, tudo tem um preço. Estou feliz com os pequenos resultados e felizinha de um modo geral.

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