segunda-feira, 4 de junho de 2012

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Maquete do semestre: castelos
Eu tenho sido uma figura muito presente na escola da Alana. Levo todos os dias e fico olhando o comportamento antes da aula. Fico lembrando Alana das tarefas que tem que fazer ao chegar na escola, já que me foi cobrado dar mais autonomia a pobre da criança. Sou sufocadora e superprotetora. Não acho bonito ser assim nem falar que sou assim, somente sou assim. Em minha defesa o começo da maternidade foi turbulento e sou mãe de primeira viagem e o que chamam de mãe velha. Não dá pra nao ser superprotetora com todos esses atributos. Enfim, deixa a mãe pra lá um pouco e foquemos na criança. Tem que chegar, guardar agenda, guardar o lanche, entregar o tema (lição de casa). Tem que fazer as atividades até o fim, coisa que pra ela é dificil, e tem que obedecer, coisa mais dificil ainda. Alana acha que as coisas tem uma rotina que não deve mudar. Cada mudança é um stress danado e por mais de duas semanas ela estava bem dificil de lidar. Chama a mãe, conversa, castigo, conversa, "obedece, minha filha",  mais conversa. Fomos na neuro. A neuro acha que ela está mesmo muito agitada, nao pára quieta, nao quer conversar, vamos aumentar a medicação. A mãe que confia tanto nos remedios, herança familiar, fica feliz e acha que as coisas vão se acalmar. Manda bilhete, "agora ela vai se comportar melhor", confia. Duas semanas de paz. Na semana seguinte pra surpresa de todos o comportamento piora, só pode ser pela mudança dos remedios, mas mudamos faz duas semanas, que será que houve? Nesse meio tempo ocorreu aquele fatídico dia que a mãe nao foi e a criança surtou, leia aqui, e após conversa, achamos que ficou tudo bem, mais ou menos bem, quase tudo bem. Todos os dias reclamações e bilhetes, chama a mãe pra buscar antes, Alana tá na sala da Beth (coordenação), comportamento agitado, desobediente, agressivo (quis bater na professora, olha isso!). E o comportamento ruim se estende pra fora da escola. Piti no restaurante, piti na reunião, piti em casa, piti na lanchonete, piti na psicóloga, piti na psicomotricista, piti na fono, acho que deu pra entender né? Eu não sei como lidar com a criança que se joga no chão e grita e eu não consigo tirá-la do chão. Comecei a ficar com medo de sair com ela sozinha. Se der um piti brabo, que é que eu faço? Não sabendo o que fazer, vamos na neuro de novo. Ela olha, escuta, examina e diz que ela desenvolveu um novo sintoma: TDAH. Eu achava que isso era doença, nao sintoma, mas ela disse que acontece no autismo infantil que o Transtorno de deficit de atenção e hiperatividade aparece ao longo do progresso da doença. Eu li em algum lugar que isso se chama comorbidade (posso estar errada), onde uma doença coexiste com outra mesmo com sintomas bem diferentes uma da outra. Quando era uma Alana autista os sintomas eram bem evidentes pra mim e eu estava aprendendo como lidar. Agora com Alana hiperativa mudou muito. É outra criança, muito diferente. To lendo um livro, assustador, nem tive tempo pra chorar, como dizem "o luto". Na epoca do diagnostico de autismo eu sofri horrores, agora eu fiquei muito chateada mas nao chorei. Estou sentida por ela. Vai ter que batalhar muito pra ter uma vida normal. Conheço alguns casos, muito tristes, pais e filhos sofrendo muito, fiquei temerosa pelo futuro da minha pequena. Até então o prognostico era bom, provavelmente com todo apoio que recebe ela tenderia a levar uma vida normal. Agora já nem sei, nem quis perguntar. Estamos com medicação nova, mas muito conhecida: Ritalina. O comportamento ainda é bem dificil, mas como disse a professora dela: um dia de cada vez. Vou tentar atualizar mais o blog, peço desculpa aos leitores, mas o tempo tá cada vez mais curto e eu to no fim do semestre, o que sempre é uma loucura. Minha fibro me castigou nas ultimas semanas, mas nada grave. Estou procurando informações, já que nao sei nada sobre isso. Ouvi que não é um bicho de sete cabeças, que é um diagnostico bem comum. Pode ser, mas pra quem nao sabe nada sobre é sempre um susto. Alana está sem muito apetite, bem teimosa e chorona. Continua super carinhosa, muito inteligente e dorminhoca. Enfim, seguimos na luta.

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